2–3 minutos
Como realmente aprendemos?
Toda aprendizagem verdadeira segue uma curva.
Ela exige pensamento consciente aliado à vontade genuína, misturando novas experiências — conhecimento + emoção — com o “banco de dados” que já carregamos dentro de nós. A maior parte dessas experiências, porém, apenas confirma o que já acreditávamos, seja algo positivo ou limitante. Em outras palavras: elas não criam nada novo. Não geram desejo real de mudança, não nos tornam pessoas melhores nem mais inteligentes. Ficam no mesmo nível dos hábitos de sobrevivência — comer, beber, respirar, fazer sexo. Você sabe muito bem: ninguém fica mais sábio por repetir essas coisas automaticamente.
Leia também: “Cultive a humildade intelectual”
Então, vamos ao ponto: pare de se enganar.
Aquele curso caro e famoso que você fez — se é que você realmente entendeu o que foi ensinado — não deixa o conhecimento pronto para uso imediato na sua vida. Se ficou só na superfície, vira informação descartável. Amanhã embrulha peixe no mercado.
E se a desculpa foi “fazer networking”? Sério? Além dos cartões trocados e dos sorrisos ensaiados, o que de concreto você levou para casa? “Ah, mas valeu pelas boas risadas”, alguns dizem. Ótimo. Da próxima vez, use esse dinheiro para viajar, conhecer lugares e pessoas de verdade. Isso, sim, expande cultura e visão de mundo.
Sobrou o coach, né? Pergunta honesta: quem estava ali no papel de mentor tinha formação sólida, vivência real e anos de estudo na área? Ou fez apenas um cursinho intensivo de fim de semana que entrega certificado e a ilusão de que qualquer um — ex-administrador, ex-eletricista, ex-o-que-for — pode, em cinco dias, mexer com responsabilidade no complexo universo socioemocional de outro ser humano?
Claro que existem cursos excelentes no mercado. Quando são realmente bons, eles não prometem transformar você da noite para o dia. Apenas despertam interesse, abrem portas para áreas do conhecimento e te convidam a ir mais fundo — por conta própria.
Existem palestras curtas e brilhantes, sim. Mas o máximo que elas fazem é oferecer uma ideia potente para reflexão. Nada além disso.
E existem, sim, ótimos profissionais de coaching. Os bons sabem — e te avisam logo de cara — que todo progresso depende diretamente do seu esforço, da sua vontade real de aprender coisas novas e, principalmente, da coragem de abandonar velhos hábitos.
Não acredite em milagre. Não existe.
Repito com todas as letras: toda mudança profunda exige muito, muito esforço pessoal.
O resto é conversa fiada.
E para isso, basta abraçar árvores no parque — de graça.